O Banco Central do Brasil (BC) declarou que a 'importacao' de Bitcoin (BTC) e criptomoedas deve prejudicar ainda mais a balanca comercial brasileira que, segundo a instituicao, deve ter um deficit de US$ 21 bilhoes.
Desde agosto de 2019, o BC passou a incluir a negociacao das criptomoedas por brasileiros nas estatisticas sobre a balanca comercial do pais atendendo a recomendacoes do Fundo Monetario Internacional (FMI).
O FMI recomendou ao Brasil e demais paises classificar a compra e venda de criptoativos (especificamente aqueles para os quais nao ha emissor) como ativos nao-financeiros produzidos, o que implica sua compilacao na conta de bens do balanco de pagamentos.
- CVM libera Vortx, QR e FlowBTC para emitir os primeiros tokens regulamentados do Brasil
Porem nao e so a negociacao de criptomoeda que entra no balanco comercial nacional, a atividade de mineracao tambem e considerada "um processo produtivo", seguindo recomendacoes do texto “Treatment of Crypto Assets in Macroeconomic Statistics” e, portanto, integra a balanca comercial.
Desta forma, segundo o BC, as compras crescentes de criptomoedas tem afetado as projecoes de importacoes e, de acordo com o diretor de Politica Economica do BC, Fabio Kanczuk, a compra de criptoativos chegou a US$ 4 bilhoes nas importacoes ate agosto.
Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o uso das criptomoedas no Brasil cresceu muito como veiculo de investimento.
“Mas lembrando que uma moeda tem uma funcao de meio de pagamento. Quando a gente olha o que tem acontecido com a criptomoeda em termos de meio de pagamento tem crescido bem menos, bem pouco. Entao o crescimento e basicamente atrelado a esse desejo de ter moeda como um investimento”, disse
- DeFi 2.0: Real Digital vai elevar as Financas Descentralizadas a um novo nivel, destaca BC
Balanco de pagamentos
No ultimo relatorio do balanco de pagamentos do BC o documento mostra que a transferencia de propriedade de criptoativos, realizada de pessoas que moram fora do pais, para pessoas que moram no Brasil somaram US$ 583 milhoes em julho, ultimo mes do levantamento.
O pico neste ano foi no mes de maio, quando o valor ficou em US$ 756 milhoes.
Ja no caso do caminho inverso (propriedade de criptomoedas que mudaram de maos, indo do Brasil para o exterior), houve um valor registrado de US$ 1 milhao no mes de julho deste ano.
- Nao perca dinheiro: Selic vai a 6,5% mas nao salva investimentos como CDB, Tesouro, Debenture e Poupanca do prejuizo
Segundo informou recentemente Campos Neto as criptomoedas, que ainda nao tem regulamentacao no Brasil, serao reguladas como investimento e posteriormente, como meio de pagamento.
"A consequencia disso para o Banco Central e que primeiro vamos regular como investimento e depois, em outro passo, vamos imaginar como fazer regulacao como meio de pagamento. O que tem hoje na mesa e regular enquanto investimento", disse.
LEIA MAIS
- 'CBDC chinesa diminui a forca dos Estados Unidos no mercado financeiro global', diz CZ
- Vitalik diz que esta crise e muito diferente da ultima e que comunidade de criptomoedas precisa atualizar seu pensamento
- CZ critica alta nas taxas da Ethereum e diz que exchanges terao de rever taxas de saque